Após duas semanas de apresentações, Velhos caem do céu como canivetes” segue em temporada no CCBB Brasília
Montagem premiada da Pequena Companhia de Teatro está em cartaz de quinta a domingo, com entrada gratuita
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O espetáculo Velhos caem do céu como canivetes, da Pequena Companhia de Teatro (MA), entra em sua terceira semana no Centro Cultural Bando do Brasil Brasília (CCBB) após uma recepção calorosa do público. Desde a estreia, em 6 de novembro, a montagem vem registrando sessões cheias, consolidando-se como um dos destaques da programação cultural da cidade neste mês. As apresentações continuam de quinta a domingo, sempre às 19h, com entrada gratuita e classificação indicativa de 14 anos.
Livremente inspirado no conto Um senhor muito velho com umas asas enormes, de Gabriel García Márquez, o espetáculo propõe uma reflexão sensível e dura sobre fé, humanidade e sobrevivência. Com dramaturgia e direção de Marcelo Flecha, a peça reúne em cena Cláudio Marconcine (Ser Humano) e Jorge Choairy (Ser Alado) para narrar o encontro inesperado entre um catador de lixo e um ser misterioso que despenca em seu quintal.
A história, ambientada em um cenário pós-apocalíptico, acompanha a luta de um homem para manter a família diante da miséria e da desesperança, revelando tensões, abismos e fragilidades humanas. A atmosfera é construída por uma estética marcada pela junção de luz, som e cenografia artesanal, que se tornou uma assinatura da Pequena Companhia de Teatro — reconhecida nacionalmente por sua pesquisa contínua e suas montagens premiadas.
“O teatro não muda o mundo, mas muda a sua leitura de mundo”, destaca Marcelo Flecha ao comentar a experiência proposta pelo espetáculo e os temas que atravessam a narrativa, como exílio, fé e intolerância.
Depois de temporadas elogiadas em diversas capitais brasileiras, incluindo os CCBBs do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a peça mantém em Brasília sua trilha de sucesso.
Velhos caem do céu como canivetes segue em cartaz até 30 de novembro, com apresentações de quinta a domingo, às 19h. Ingressos gratuitos podem ser retirados pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB Brasília, a partir de um dia antes de cada sessão.
Histórico
A primeira temporada de Velhos caem do céu como canivetes foi realizada em 2013 em São Luís (MA), e hoje são 110 apresentações em 25 cidades de 16 estados. Além disso, a peça já circulou pelos projetos SESC Amazônia das Artes, por todas as capitais da Amazônia Legal, pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, pelo centro-oeste do país, além de realizar ocupação no Centro Cultural BNB, em Fortaleza, pelo programa BNB de Cultura.
Na sua montagem, a encenação trabalhou com a metodologia desenvolvida pela Pequena Companhia de Teatro durante a última década, sistematizada no instrumento denominado Quadro de Antagônicos. É através desse instrumento que os caminhos da encenação são indicados, partindo da oposição física como fundamento para o treinamento do ator e a construção das personagens.
A história traz o encontro inesperado de um ser alado e um ser humano. O espanto inicial do espetáculo dá lugar à necessidade de identificar o estranho ser, gerando um permanente questionamento quanto à definição do ser alado. Seria um anjo? Um frango? Um delírio provocado pela fome? É nessa teia que o espectador é convidado a se equilibrar, enquanto os dois seres se digladiam em um intenso confronto dialético. O exílio forçoso de um, e a miséria do outro, pontuam a trama, que apresenta um cenário pós-apocalíptico permeado de desesperança. Um ser alado e um ser humano, no abismo de suas percepções, preconceitos, medos e dúvidas.
A montagem também é marcada pelo uso sustentável dos recursos. Destacam-se o conceito de artesania de manualidade, onde tudo é executado com o apuro, a imperfeição e a organicidade que só as mãos produzem. O grupo traz o comprometimento com um fazer teatral sustentável, onde cenário e iluminação são desenvolvidos a partir da observação dos elementos plurais do descarte urbano, com uso de materiais recicláveis.
Atividades
Durante a temporada de Velhos caem do céu como canivetes em Brasília, a Pequena Companhia de Teatro vai oferecer algumas atividades. Segundo o diretor Marcelo Flecha, esta é uma oportunidade de aproximar o público da Companhia e compartilhar também a busca por um fazer teatral que une impacto social, cultural e ambiental.
Nos dias 25, 26 e 27 de novembro, das 15h às 18h, será realizada a oficina “Artesania Iluminocenográfica: desenvolvendo tecnologia a partir da obsolescência”, voltada para iluminadores, cenógrafos, alunos de teatro, artistas de teatro, encenadores e pesquisadores com interesse em dramaturgia da luz a partir de iluminações não convencionais. Serão 30 vagas. Para se inscrever, basta acessar o site www.bb.com.br/cultura
Já no sábado, dia 29 de novembro, logo após a apresentação do espetáculo, haverá um debate com o diretor Marcelo Flecha e com os atores Cláudio Marconcine e Jorge Choairy, com o tema "Desconstruindo Velhos caem do céu como canivetes". A atividade trará o processo de criação e adaptação da obra literária para os palcos dos teatros.
Sessão com Acessibilidade, dia 15 de novembro
Acessibilidade
A ação “Vem pro CCBB” conta com uma van que leva o público, gratuitamente, para o CCBB Brasília. A iniciativa reforça o compromisso com a democratização do acesso e a experiência cultural dos visitantes.
A van fica estacionada próxima ao ponto de ônibus da Biblioteca Nacional. O acesso é gratuito, mediante retirada de ingresso, no site, na bilheteria do CCBB ou, ainda, pelo QR Code na própria van. Lembrando que o ingresso garante o lugar na van, que está sujeita à lotação, mas a ausência de ingresso não impede sua utilização. Uma pesquisa de satisfação do usuário pode ser respondida pelo QR Code, que consta do vídeo de divulgação exibido no interior do veículo.
Horários da van – de quinta a domingo:
Biblioteca Nacional – CCBB: 13h, 14h, 15h, 16h, 17h, 18h, 19h e 20h
CCBB – Biblioteca Nacional: 13h30, 14h30, 15h30, 16h30, 17h30, 18h30, 19h30, 20h30 e 21h30
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB Brasília) foi inaugurado em 12 de outubro de 2000. Sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis.
Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, dispõe de amplos espaços de convivência, galerias de artes, sala de cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances.
Além disso, oferece o Programa Educativo CCBB Brasília, projeto contínuo de arte-educação, que desenvolve ações educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz, acolhendo o público espontâneo e, especialmente, estudantes de escolas públicas e particulares, universitários e instituições, por meio de visitas mediadas agendadas.
Em 2022, o CCBB Brasília se tornou o terceiro prédio do Banco do Brasil a receber a certificação ISO 14001, cuja renovação anual ratifica o compromisso da instituição com a gestão ambiental e a sustentabilidade.
