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Entre gingas e toques, nasce a liberdade

No MID 2025, coreografia “Corpo Roda Outro” revela a beleza do movimento que nasce da confiança, da superação e do reencontro com o próprio corpo

DESTAQUECULTURA

Giba Comunicação

10/7/20252 min read

Desafiando as convenções do movimento, o coreógrafo Paulo Vitor e o dançarino e capoeirista José Welson de Araújo estrelam o espetáculo “Corpo Roda Outro, Entre Gingas e Toques”. A apresentação acontece às 19h do dia 12 de outubro, no Espaço Cultural Renato Russo.

Baseada em uma profunda pesquisa acadêmica sobre reabilitação e percepção corporal, a obra explora uma coreografia simbiótica entre um dançarino andante (Paulo) e um em cadeira (José Welson), celebrando a resiliência humana e a redescoberta da identidade artística após uma lesão medular. O espetáculo faz parte da programação da edição 2025 do Movimento Internacional de Dança (MID), e os ingressos custam R$ 15 (meia-entrada), disponíveis no Sympla.

Fruto do trabalho de conclusão de curso de Paulo Vitor em Licenciatura em Dança pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), “Corpo Roda Outro, Entre Gingas e Toques” é a culminação de um estudo sobre como a dança atua na neuroplasticidade e na redescoberta do corpo. A coreografia transforma a pesquisa em um manifesto artístico, em que técnica e ciência do movimento se encontram para contar uma história de potência, diálogo e superação de barreiras imaginadas.

“Esta coreografia é a materialização de anos de pesquisa sobre como o corpo pode se redescobrir. Não se trata de superar limites, mas de descobrir novas linguagens. Em cena, a cadeira de rodas não é um acessório, mas uma extensão do corpo, uma facilitadora que expande as possibilidades de diálogo e movimento. O que buscamos é uma simbiose em que técnica e emoção se fundem para contar uma história de potência e redescoberta”, afirma o coreógrafo Paulo Vitor.

A narrativa ganha uma dimensão visceral por meio da performance de José Welson, capoeirista há mais de 25 anos que, após um acidente, encontrou na dança uma forma de continuar sua arte. Sua jornada de adaptação e redescoberta é o fio condutor emocional do espetáculo. “A dança me tirou daquele pensamento de que eu era um paciente e me trouxe para o lado artístico. Ela me ensinou a usar a cadeira como uma extensão do meu corpo, uma facilitadora para criar coisas novas. Em cena, eu sinto que o movimento é livre. Dançar é se libertar”, compartilha José.

O resultado da união entre o dançarino e o capoeirista é um dueto de rara beleza e força, em que a hierarquia entre os corpos inexiste — uma peça que seduz o público com uma coreografia que explora o contato, o peso, o equilíbrio e a confiança. Em suma, um espetáculo de linguagem única que prova que a arte não conhece limites físicos, apenas horizontes criativos — um belo exemplo do que pode ser visto até 19 de outubro na programação do Movimento Internacional de Dança 2025 (MID), que interliga palcos como o CCBB e o Espaço Cultural Renato Russo, celebrando combinações entre danças urbanas e contemporâneas e refletindo sobre identidades marginalizadas e a vitalidade dos corpos periféricos.

Saiba mais em @movimentoid ou no site do Movimento Internacional de Dança 2025.