Exposição provoca diálogo entre arte, Amazônia e inteligência artificial no Centro de Artes de Brasília
Entre memórias amazônicas e experimentações digitais, artista explora novas fronteiras da criação humana e tecnológica
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Neste sábado, 8 de novembro, a Galeria MD’Azevedo, no Centro de Artes de Brasília, recebe a instalação “Mabari Parintins Igarapé”, do artista e pesquisador Newton Scheufler. O evento traz uma experiência imersiva que propõe um encontro entre tradição e tecnologia, unindo memórias da Amazônia e experimentações contemporâneas com inteligência artificial.
A obra nasce do diálogo entre arte, ciência e espiritualidade. Scheufler, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UnB, na linha de pesquisa Arte e Tecnologia, parte de registros etnográficos realizados em 1985, durante um trabalho de campo no Médio Amazonas. À época, o pesquisador estudava práticas de cura e saberes mágicos de benzedeiras, curandeiros e feiticeiras da medicina tradicional ribeirinha.
Mais de três décadas depois, o artista resgatou seus diários e cadernos de campo e os colocou em diálogo com plataformas de Inteligência Artificial Generativa (IAGen), utilizando aquarelas e pinturas como estímulos visuais. O resultado é um processo criativo ampliado, em que humano e máquina colaboram na produção de imagens, animações e sons, compondo uma instalação interativa com música holofractal.
Além da dimensão estética, o projeto levanta reflexões sobre a responsabilidade ecológica e ética do artista-pesquisador, questionando os limites e as potências da inteligência artificial no campo da arte contemporânea. A partir de uma ambiência inspirada na Amazônia, a instalação propõe diálogos entre memória, tecnologia e natureza, provocando o público a repensar o papel da criatividade em tempos de transformações digitais.
