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Preço da internet deve subir com possível tarifa antidumping

Avaliação do governo sobre cabos de fibra óptica pode elevar custo da banda larga e afetar escolas, provedores regionais e consumidores

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Imprensa Mithi

11/21/20252 min read

Brasília — A aplicação de uma tarifa antidumping sobre cabos de fibra óptica importados da China, atualmente em avaliação pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), pode elevar em mais de 400% o custo do principal insumo da infraestrutura de internet no país, segundo a ASPRO (Associação de Provedores do Distrito Federal). A medida, se confirmada, deve aumentar o valor das mensalidades e encarecer instalações em todo o Brasil.

A análise ocorre após a publicação, em 25 de setembro de 2025, da Circular nº 72, que iniciou a Avaliação de Interesse Público sobre a investigação antidumping do produto classificado na NCM 8544.70.10. A medida é inédita no atual ciclo e tem prazo de 20 dias para conclusão da fase probatória.

Os provedores regionais afirmam que a combinação do imposto de importação de 35% com uma tarifa antidumping de até 396,8% inviabilizará novos investimentos e pressionará as operações já existentes. De acordo com a ASPRO, as duas empresas que pediram a proteção comercial — Furukawa e Prysmian — não possuem capacidade produtiva para atender à demanda nacional e podem criar um ambiente de duopólio na oferta de fibra óptica.

“A adoção dessa tarifa elevará o custo da fibra em até cinco vezes e atingirá diretamente o consumidor, que pagará mais caro pela conexão ou pela instalação”, afirma Rodrigo Oliveira, presidente da ASPRO. “O impacto recairá sobre residências, escolas, periferias e regiões remotas, que dependem da expansão contínua da banda larga.”

Documentos técnicos da SDIC/MDIC apontam que a imposição da tarifa pode comprometer políticas públicas de conectividade, incluindo a cobertura de 679 favelas, 770 mil lares e 17 mil escolas, além dos compromissos previstos no PGMU V e dos investimentos estimados em R$ 2 trilhões no setor de data centers na próxima década.

A ASPRO sustenta que a discussão tem caráter nacional e ultrapassa o interesse setorial. A entidade defende a participação dos provedores e das associações na Avaliação de Interesse Público e propõe uma articulação conjunta para evitar que a tarifa distorça preços e reduza a concorrência.

“A decisão precisa considerar o impacto social e econômico. A conectividade é uma infraestrutura crítica, e qualquer encarecimento artificial prejudica o país como um todo”, conclui Oliveira.

ASPRO – Associação dos Provedores de Internet do Distrito Federal
A ASPRO é uma sociedade civil sem fins lucrativos dedicada à representação dos provedores de internet regionais do Distrito Federal. É a voz ativa de mais de 90 pequenos provedores, que juntos atendem mais da metade da população local — especialmente em áreas negligenciadas pelas grandes operadoras. Seu compromisso é assegurar regulamentação justa, segurança jurídica e desenvolvimento sustentável do setor, atuando frente a órgãos governamentais e reguladores. Sob a liderança de Rodrigo Oliveira, reforça a equidade, promove conexão de qualidade e fortalece o pleno exercício da cidadania digital.
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